sábado, 7 de setembro de 2013

Baixada 99 Anos (parte 1)

Foto: Leonardo Garcia Dias 

Caros amigos e amigas, um pouco de história não faz mal a ninguém e se for da nossa querida Baixada então, que maravilha !!! Devemos lembrar: um Clube sem história é um Clube sem identidade !!! Parabéns Baixada !!! Parabéns Atleticanos e Atleticanas !!!

Em nossa homenagem lá vai:

Na baixada da Água Verde, o estádio Joaquim Américo Guimarães 
Em 22 de maio de 1912, era fundado por Joaquim Américo Guimarães o International Foot-Ball Club, que reunia, sob a bandeira do esporte da moda, jovens de elite, oriundos de famílias tradicionais do Paraná.
Parnanguara de nascimento aficionado pelos desportos (foi, também, presidente do Jóquei Clube) e claramente seduzido pelo “foot- ball”, esporte recém-introduzido nos meios urbanos e sociais do país, fundador e primeiro presidente do International, alugou em 1913 (por 10 anos), de Carlos Hauer, uma chácara situada na baixada do Arrabalde da Água Verde, 9também conhecida por “mato do Meira”), onde, ao lado esquerdo, (olhando de frente) localizava-se o depósito de pólvora do exército. O terreno servia porque com pouco trabalho – retirada de alguns tocos remanescentes e desbaste das ondulações do chão – já se desenhava um “field”. O espaço junto a um basto capão de pinheiros iria prestar-se adequadamente para a realização de jogos.

 Findas as correções no terreno (meados do ano 1913), ainda não satisfeito, Joaquim Américo mandou construir uma arquibancada de madeira, coberta, a primeira em campos de futebol do Paraná – conforme anúncio de concorrência, publicado no jornal Diário da Tarde, no mês de agosto de1913.

 No ano de 1914, o “ground” do International FC, com arquibancadas de madeira, cobertas, com capacidade para mil pessoas, abrigava os jogos do alvi-negro.

 Em 31 de julho de 1917, falecia, prematuramente, Joaquim Américo Guimarães.

 Promovida a fusão entre International e América, em 1924, o novo Clube Atlético Paranaense renovou o aluguel do terreno por mais cinco anos, ao mesmo tempo em que recebia da Prefeitura Municipal a doação de uma área vizinha do Passeio Público, a que hoje abriga o Círculo Militar. Essa doação, embora bem vinda e muito bem vista, fora com cláusula condicionante e determinante de tempo, sendo então obrigado o Atlético construir rapidamente no local.

 O apoio da Prefeitura serviu de estímulo e o simples fato de possuir casa própria fez que se mexessem os próceres rubro-negros nessa direção: enquanto de um lado procediam-se a estudos técnicos do solo, de outro era mandada fazer a maquete do futuro estádio, divulgando os arrojados planos da diretoria, já em dezembro, por meio de vistosa exposição da maquete na vitrine da loja Âncora de Ouro, na Rua Quinze.

 Realizados os estudos, verificou-se a inviabilidade da obra, em vista do seu alto custo. O terreno era um banhadão de surpreendentes  proporções e o seu devido saneamento, além de demorado, superava as disponibilidades.

 A par disso, há algum tempo, vinha Carlos Hauer insistindo em vender o imóvel  Água Verde, não desejava mais alugá-lo. E deu, naquele ano 1929, o “ultimatum” aos dirigentes rubro-negros. Ora, o Atlético não podia comprá-lo.
 
O presidente do clube vermelho e preto, Luiz Feliciano Guimarães, comerciante de café, associado ao companheiro Hermano Franco Machado, premido o clube pelas circunstâncias e eles nu gesto de desprendimento, adquiriram o imóvel de Carlos Hauer, alugando-o, em seguida, para o Atlético.
 
Era uma situação provisória, todos sabiam disso. Daí que os dirigentes não sossegaram, continuando daqui e dali a mexer os pauzinhos. Até que, em 12 de setembro de 1929, concretiza-se uma nova doação ao clube – por aforamento perpétuo -, feita desta vez pelo presidente do Estado, Afonso Camargo, por coincidência concunhado de Joaquim Américo: tratava-se de uma área com 38.178 m2, situada na Colônia Argelina, à beira da Estrada Graciosa. Vizinha à Vila dos Funcionários, a área era distante do centro da cidade, no arrabalde do Juvevê.
 
Mais uma vez, viu-se o Atlético diante de um presente de grego “a cavalo dado não se olha os dentes”, com certeza, mas a construção do estádio naquele local, inegavelmente distante, não deixava de ser uma temeridade. Quase uma viagem. De automóvel ainda vá lá, mas quem é que tinha automóvel naqueles tempos? ... De maneira que os dirigentes se fingiram de mortos, principalmente beneficiados pela cláusula “ad perpetuam” contida na escritura de doação. Sem condicionante, portanto, haveriam de aguardar solução apropriada que partisse do destino. De qualquer modo, Luiz Guimarães e Hermano Machado iam deixando, enquanto podiam, as coisas como estavam, tinham feito um investimento ou, pelo menos,  época de crise, um bom empate de capital.

A solução, todavia, não tardaria em aparecer: o interventor Manoel Ribas, todo poderoso preposto de Getúlio Vargas, inegavelmente administrador de larga visão, desejava criar uma Escola Superior de Agronomia, contribuindo assim para o acréscimo das estruturas universitárias do Paraná. Avaliando as áreas existentes para tal fim, nem todas disponíveis porém, suas preferências recaíram sobre aquela da Colônia Argelina, muito próprio par o que queria. Sabendo pertencer o imóvel ao Clube Atlético Paranaense e vindo a conhecer os aspectos da situação real envolvendo o imóvel em que se estabelecia na propriedade de Luiz Guimarães e Hermano Machado, propôs a seguinte permuta: o Estado compraria por 230$000 contos de réis o terreno da baixada da Água Verde dos proprietários e, na posse e domínio dele, faria uma permuta das áreas – uma pela outra – a da Baixada pela Colônia Argelina. Ganhava assim o Paraná mais uma Superior e o Atlético a sua casa definitiva, curiosamente sem sair dela, sem  mover uma palha. Negócio da China! A escritura pública, da permuta entre o Governo do estado do Paraná e o clube Atlético paranaense foi lavrada e registrada no segundo cartório, à página 164, do livro número 301, no dia 29 de novembro de 1993. Devidamente assinada pelo interventor Manoel Ribas; pelo presidente do CAP, Cândido Mader; por Octávio de Sá Barreto; Itaciano Marcondes – Secretário do CAP – e Jorge José de Oliveira, Tesoureiro.

Em seguida, por sugestão de Alcídio “Doca” Abreu, o local passou a chamar-se, oficialmente, Estádio Joaquim Américo Guimarães, em homenagem ao fundador e primeiro presidente do International FC, Joaquim Américo Guimarães, falecido em 31 de julho de 1917.

Continua ....

Texto retirado do livro: Clube Atlético Paranaense, uma paixão eterna (2010)

Autores: Heriberto Ivan Machado, Valério Hoerner Júnior e José Paulo Fagnani
Editora: Natugraf

Confira a Parte 2 !!!

Saudações rubro-negras !!! E que Deus abençoe a todos !!! 

Leonardo Garcia Dias
E-mail: leogardias@atleticoparanaense.com
 


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